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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

LIBERTAÇÃO



Atamente expressivo o exemplo daquele pássaro engaiolado, aclimatado a uma vida fácil, porém, limitadissima.
Foi para a gaiola ainda pequeno, implume, e ali desenvolveu-se dentro de inevitavéis condicionamentos.
Não lhe faltava protecção, alimento e outros cuidados que a vontade de seu dono permitisse.
Com o passar do tempo, todavia, o passarinho, hábil no cântico, impressionava as pessoas, atendendo igualmente sua necessidade de expansão, consoante os limites impostos.
Em dada ocasião o mavioso penífero viu que seu senhor abrira a portinhola de sua prisão. Contudo, manso pela própria formação, tinha medo de sair e não ter possibilidade de sobreviver lá fora. Não estava acostumado com a liberdade e a visão do infinito lhe poderia causar vertigem.
Por algum tempo a gaiola permaneceu aberta, até que ele observasse uma outra ave, pousada em árvore próxima, entoando melodias de indizível beleza.
O prisioneiro, deslumbrado com o que vira, avançou passo a passo, tendo a coragem de renunciar ás vantagens de sua vida sedentária, e, finalmente, voou para junto de seu semelhante.
Agora, abrindo o bico, passou a expressar seus primeiros sentimentos de surpresa e encantamento.
Pouco tempo depois, quando o ex-encarcerado constatou que, de facto estava livre, novamente bateu asas e partiu rumo de imensa floresta onde a vida se lhe construiria nova e deslumbrante realidade.

É bem isso o que ocorre com as consciências escravas de convencionalismos e preconceitos.
Os primeiros passos para a libertação podem ser difíceis e penosos, entretanto, após essa transição, o espirito segue na direcção de esferas mais altas, onde então passa a entoar o cântico da perfeita felicidade.

( ROMANELLI )

2 comentários:

Anónimo disse...

não me aprisiones, diz a mente.
Deixa-me ser livre como os pássaros de que falas, com céu azul ao fundo... não me amarres aos teus medos e conceitos pré-criados... deixa-me crescer, deixa-me entender, deixa-me expandir-me ao tamanho do infinito que te habita aí, onde eu sei que existes e me impedes de entrar... entrega a luta... e deixa-te fluir, porque se fores, se te permitires, eu estou aqui e vou contigo...!

Cláudia disse...

E assim se vão abrindo as grades das gaiolas, para dar lugar aos renascimentos de todos os pássaros que se atrevem a voar... E como é bom ir com tudo... E contigo também...