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sábado, 4 de março de 2006

VÍCIOS E CRÍTICAS


Nos meios ditos espiritualistas, é frequente assistir-se à crítica implacável e mordaz, sussurrada sobre este ou aquele irmão " que há pouco, lá fora, se encontrava a fumar...", sobre esta ou aquela pessoa que " come carne, não sei o que está aqui a fazer", sobre esta ou " aquela mulher, que se pinta tanto..." ou ainda aquela outra que "não se arranja nada, andando num desmazelo...".

Irmãos, muitos de vós, que assim agis, já pensastes que talvez muitas vezes tenhais contaminado mais o ambiente que se respira com os vossos ditos intolerantes e desamorosos do que esses outros irmãos que tão desdenhosamente considerais? Há muitas formas de poluição, e quiçá, as mais temerosas e insiduosas sejam as resultantes da maledicência e da crítica fácil e separatista.

Realmente, nenhum de vós está totalmente limpo e livre de erro. Nenhum de vós, no essencial, é superior aos demais. O que já aprendestes ( e o que vos parece ser muito ) talvez esteja atrás, em valor absoluto, da capacidade de compreensão e de amor desse outro que fuma, bebe álcool ou não adopta um comportamento convencional.

Em verdade vos digo, meus irmãos: muitos dos que, num intervalo de uma conferência ou, inclusivamente,
antes de " trabalhos esotéricos", recorrem ao fumo de um cigarro são com frequência mais puros, mais valorosos, mais sinceramente devotados e úteis ao Serviço, do que uma grande parte dos que olham por cima do ombro e alardeiam o exemplo da sua pureza e evolução de costumes.

Fique bem claro que de maneira nenhuma sustentamos que não se devam observar regras e preceitos no decorrer dos trabalhos espirituais e, preferentemente, também antes - ou, idealmente... sempre! O que, sim, preconizamos é a fraternidade, a tolerância e a compreensão, adaptável e ajustada aos circunstancialismos.
O rigor excessivo pode ser contraproducente e impeditivo de contributos mais amplos e relevantes.
Sobretudo, que não se façam reparos eivados de frieza, indiferença, superficialidade, arrogância e separativismo, mas antes se manifeste o verdadeiro amor e o propósito de ser respeitosa e discretamente útil.

Referimos estas situações, aparentemente menores, porque elas saõ o protótipo de muitas outras de grande vulto. A vaidade cega, e afrouxa as defesas e precauções. É tristemente verdade que muitas vezes, demasiadas vezes, quem se orgulha de já ter subido muito alto fica incapacitado para observar e obviar às próprias fraquezas. Detectá-las, admitir a sua existência e olhá-las bem de frente, constitui igualmente meio caminho andado para saber lidar com as dificuldades e insuficiências dos outros, companheiros no Caminho.

( JESUS retirado do livro Palavras de Ouro do Centro Lusitano de Unificação Cultural )

4 comentários:

Meia Lua disse...

Julgar como? se cada um de nós não sabe o que faria se estivesse na situação e condição do outro? Olhar os defeitos de outros como? Se nenhum de nós é perfeito?...
Tolerância... faz muita falta nos nossos dias.
Belo texto querida Claudinha, beijinho para ti.

Anónimo disse...

Em portugues tradicional estás a falar do macaco que não olha para o seu rabo...? Sim , não importa de onde sai o rabo: pode vir em forma de crítica, de julgamento... mas não deixa de ser o que é, visto de qualquer ângulo: um rabo!
(Ainda bem que há rabos bonitos!:)

Cláudia disse...

Obrigada lua linda. Realmente temos todos de estar muito atentos para não julgarmos ninguém. Não nos cabe a nós não é ? bjos

Cláudia disse...

Não é facil praticar o não-julgamento, e ao ler este texto apercebi-me de tantas e tantas vezes em que o fiz, e o faço (ainda). São automatismos que só se conseguem vencer com muita atenção e vigilancia. O mundo é mesmo redondo,e não existe maneira de escapar, ao facto de um dia, termos mesmo de olhar para o nosso próprio rabo, tal como o macaco.