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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O CONVITE


Não me interessa o que  fazes para viver.
 Quero saber o que  desejas ardentemente, e se te atreves a sonhar  encontrar os desejos do teu coração.
Não me interessa quantos anos tens.
 Quero saber se te  arriscarias a parecer que és um tolo por amor, pelos teus sonhos, pela aventura de estares vivo. 
Não me interessa que planetas estão em quadratura com a tua lua.
 Quero saber se  tocaste o centro da tua própria tristeza, se te tornaste mais aberto por causa das traições da vida, ou se te tornaste murcho e fechado por medo das futuras mágoas.
Quero saber se tu te podes sentar com a dor, minha ou tua, sem te mexeres para  escondê-la, tentar diminuí-la ou tratá-la. 
Quero saber se  podes conviver com a alegria, minha ou tua, se  podes dançar loucamente e deixar que o êxtase tome conta de ti dos pés à cabeça, sem a cautela de ser cuidadoso, de ser realista ou de te lembrares das limitações de ser humano.
Não me interessa se a história que tu contas é verdadeira.
 Quero saber se consegues desapontar alguém para seres verdadeiro contigo mesmo; se  podes suportar acusações de traição e não trair a tua própria alma.
 Quero saber se  podes ser leal, e portanto, confiável.
Quero saber se  podes ver a beleza mesmo quando o que vês não é bonito, todos os dias, e se podes buscar a fonte da tua vida em sua presença.
 Quero saber se  podes conviver com o fracasso, teu e meu, e ainda postar-te à beira de um lago e gritar à lua cheia prateada: “Sim!”.
Não me interessa saber onde moras e nem quanto dinheiro  tens.
 Quero saber se te podes levantar depois de uma noite de tristeza e desespero, cansado e ferido até os ossos e fazer o que tem que ser feito para as crianças.
Não me interessa quem  és, e nem como chegaste até aqui. 
Quero saber se te vais  postar no meio do fogo comigo sem te encolheres.
Não me interessa onde ou o que ou com quem tu estudaste.
 Quero saber o que te segura por dentro quando tudo o mais fracassa. Quero saber se tu podes ficar só contigo mesmo e se tu verdadeiramente gostas da companhia que tens nos momentos vazios.
(Oriah Mountain Dreamer)

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